quarta-feira, 9 de março de 2011

Esta coisa má que nos aconteceu




Ouço o Sérgio Sousa Pinto dizer que “…fomos arrastados para esta zona de turbulência que não é da nossa responsabilidade…” – Corredor do Poder na RTP1 de 3 de Março – e continua: “…isto não é um problema português, é um problema sistémico e europeu…”, e ainda antes de notar que repete mecanicamente os chavões do sistema, ou a ladainha de Sócrates, noto que o tema glosado não combina com o personagem. Está de fato escuro, gravata discreta, tem barba, não tem óculos e também não tem o ridículo anel no dedo mindinho. Mesmo assim não combina. Quando ainda tinha a cara cheia de acne e defendia a despenalização do aborto, leis para a união de facto como o casamento, sem ser casamento, e casamento para as pessoas do mesmo sexo, combinava melhor. Agora, da acne só tem as marcas mas todas aquelas ideias parvas estão lavradas em letra de lei. Há mais coisas lavradas e gravadas, como essa moral vigente de que tudo o que rompe com a tradição é progresso, de que o papaguear é falar bem, de que quem tem razão é o mais zombeteiro, no fim de contas, disto, que se materializa na eleição sucessiva desta equipa de loucos. Outra vez, há uns meses no mesmo programa, quando trouxe o anel no dedo mindinho estava de fato branco sem gravata, camisa clara aberta, com a barba feita e óculos de aros pretos de massa como o Peter Parker. Agora que só luta pela adopção de crianças pelos casais gay, praticamente sobra-lhe o lugarzito na equipa de repetidores oficiais. Nem precisa de se vestir de Maria Antonieta para não ter vergonha de, num dia consentir que Sócrates pôde despejar dinheiro sobre a nossa economia, em 2009, porque tinha anteriormente posto as contas em ordem, noutro, dizer que isto não é um problema português. Assim que conseguir a adopção das crianças, poderá talvez propor a extinção da distinção de género. Quando também isso estiver em letra de lei, perguntem-me porque sou politicamente incorrecto.

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