sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Um desejo

O ano da graça de 2011 apaga-se como uma velinha. Bem vistas as coisas, foi mais um ano, ponto. Não tenho vontade nenhuma de me aventurar a fazer uma resenha, certo de que jamais diria algo que não tenha sido já dito. Tirando essa coisa da crise, que nem é tão recente quanto isso até foi um bom ano. Tenho bem mais receio do que aí vem, mas até esse temor de o novo ano vir a ser pior do que o que findou também já vem de há muitos anos.
Venho só deixar uma dúvida que me atormenta e um desejo que me é muito caro.
A dúvida que me tem assaltado todos os dias é sobre isso a que se tem chamado “ajuda externa” e que fez vir a dita “tróica”. O que nós pedimos não foi propriamente uma Ajuda externa, pois não? Ajuda externa poderia quando muito ser considerada a sequência de empréstimos que nos faziam para que mantivéssemos um comportamento de claro novo-riquismo desde há muito anos! O que fizemos é muito mais parecido com um pedido de salvação, ou um pedido de que nos tutelassem, ou que viessem cá deitar a mão a isto…
O desejo, é que todos saibamos arcar com as alegrias e com as dificuldades que a vida nos oferecer, de forma madura e humanamente digna, e que sejamos todos iluminados pela serenidade e sensatez dos justos.
O que pedimos, foi que viessem mandar em nós, não foi?

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Dito 22

Um relógio parado está certo duas vezes por dia.

Resposta encontrada por Lewis Carroll para o problema proposto por ele próprio:

- Qual dos relógios regista o tempo mais fielmente? Um que se atrasa um minuto por dia ou um que não funciona?

(Já que, o relógio que se atrasa um minuto por dia dá a hora exacta de dois em dois anos, pois como se atrasa um minuto por dia só voltará a estar certo depois de se atrasar doze horas, o que só acontece ao fim de 720 dias)

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Do arco-da-velha 9

Revista CAPA
K
Setembro de 1991, Número 12
400$00 (Quatrocentos escudos)



Notar a "corruptela" de FMI - Fontes Mal Informadas.
Desta vez não tem sido usada!



...e mais um pormenor:




terça-feira, 27 de dezembro de 2011

JESUS

Jesus é a figura central.
Não sabemos tudo sobre ele, como não imaginamos o quanto moldou o nosso mundo. Podemos acreditar ou não; teremos sempre dúvidas, mas é incontornável.

Para quem se interessa, deixo ligação para um texto:
Jesus, a biografia (im)possível - Sociedade - PUBLICO.PT

É Natal


Postal copiado daqui.

Até aos Reis ainda é.
Tenham um Santo e Feliz Natal.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Santa Luzia


Gostava de quando podia chamar à terra onde nasci e fui criado, Vila de Freamunde. Há uns anos lembraram-se que bom, bom, era que passasse a cidade e pronto. Agora chamo-lhe com o mesmo sentimento Freamunde, só, e pronto.
A 13 de Dezembro acontece em Freamunde a feira de Santa Luzia, uma feira franca, anual e centenária que pulsa com a região entre o vale do Ave e o vale do Sousa, e as suas gentes.
A santa Luzia não sendo a padroeira da terra, é-o o São Salvador, é venerada na capela de Santo António neste dia. A feira é também conhecida pela comercialização de gado asinino e equídeo e de aves com interesse na culinária natalícia, perus e capões.
Um capão é um franganote a quem, antes de começar a piar mais grosso são feitas operações de ordem “disfuncional” e estética. A principal é a que lhe subtrai os “tim-tins”, por motivos estéticos e diferenciadores são-lhe cortadas a crista e as barbelas.
Há muito tempo que não assisto ao ritual mas lembro-me que as cirurgias não dependem de mais do que uma lâmina de barbear ou um canivete bem afiado, agulha e linha, um desinfectante e uma malga com água onde acabam os ditos.
Os capões são animais com uma alimentação cuidada; interessa que num ano ou dois, no máximo três, se obtenha animais com bom peso para cozinhar ao forno, o milho tem de estar presente. O excesso de idade descaracteriza-os, também a eles!
Um capão recheado é uma coisa deliciosa… só em Freamunde!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Duendes


    
Vem aí o solstício de Inverno.
Esta é uma época mágica; nos jardins aparecem os primeiros duendes e cogumelos.
Cá em casa já vi cogumelos daqueles de chapéu vermelho, o Mário Soares a dizer que gosta muito do Sócrates, sete coelhos bravos e o Sócrates a contar como se tratam as dívidas.
Ainda não vi nenhuma rena mas mantenho as esperanças.
Isto é um fim de ciclo que culmina num carnaval.
Meias e gorros de lã fazem muito jeito, mas nada como um bom caldo de nabos, ao lume!


terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Dito 20

Virium


Para ti, Viriato.


Isto é tudo ciclos.
Tudo, tudo, tudo.
Se entendermos onde estão e como se imbricam, entendemos tudo.
Começa nas órbitas das subpartículas,
não sei onde acaba.
A roda não foi a primeira invenção tecnológica;
poderá ter sido o pauzinho que se rola entre as palmas das mãos para fazer fogo?
Talvez não.
Estou a pensar nos anéis e braceletes.
Onde está a tecnologia?
E o que é a tecnologia?


JMP

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Guru


Sabes que vivo bem na penumbra de uma luz
como a tua
É-me suficiente a ourela das pequenas
chamas
Podes bem pôr a tua candeia debaixo do
alqueire
Não quero falar de como iluminas o que
vês
A visão não é o meu melhor sentido e
mesmo assim
a razão porque não quero falar de luz
não é por questões de
entendimento
A luz da aurora rasga tudo
Um fósforo que se acende é uma explosão cósmica
à sua escala
Olha, obrigas-me a usar muitas
palavras
Sabes que já disse
tudo


JMP