Gostava de quando podia chamar à terra onde nasci e fui criado, Vila de Freamunde. Há uns anos lembraram-se que bom, bom, era que passasse a cidade e pronto. Agora chamo-lhe com o mesmo sentimento Freamunde, só, e pronto.
A 13 de Dezembro acontece em Freamunde a feira de Santa Luzia, uma feira franca, anual e centenária que pulsa com a região entre o vale do Ave e o vale do Sousa, e as suas gentes.
A santa Luzia não sendo a padroeira da terra, é-o o São Salvador, é venerada na capela de Santo António neste dia. A feira é também conhecida pela comercialização de gado asinino e equídeo e de aves com interesse na culinária natalícia, perus e capões.
Um capão é um franganote a quem, antes de começar a piar mais grosso são feitas operações de ordem “disfuncional” e estética. A principal é a que lhe subtrai os “tim-tins”, por motivos estéticos e diferenciadores são-lhe cortadas a crista e as barbelas.
Há muito tempo que não assisto ao ritual mas lembro-me que as cirurgias não dependem de mais do que uma lâmina de barbear ou um canivete bem afiado, agulha e linha, um desinfectante e uma malga com água onde acabam os ditos.
Os capões são animais com uma alimentação cuidada; interessa que num ano ou dois, no máximo três, se obtenha animais com bom peso para cozinhar ao forno, o milho tem de estar presente. O excesso de idade descaracteriza-os, também a eles!
Um capão recheado é uma coisa deliciosa… só em Freamunde!
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