quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Gioconda



Gioconda, não é somente o quadro mais valioso do museu do Louvre; é provavelmente o quadro mais valioso do mundo.
A técnica usada, o “sfumato”,  não lhe confere as melhores características para ser viso á distância, muito menos por trás de um vidro muito grosso e à prova de bala. O tamanho de 77 x 53 cm torna a tela invulgarmente pequena quando comparada com qualquer uma das expostas na mesma sala.
Partilha uma parede inteira com dois avisos de “Cuidado com os carteiristas”, um à esquerda e outro à direita, o que é totalmente justificável, mas ao mesmo tempo ridículo.
À frente da Gioconda há sempre uma turbamulta a fazer o impossível para obter uma fotografia medíocre. Usa-se de tudo, como máquinas fotográficas, telemóveis, e agora até iPads!
O museu do Louvre não é um lugar de culto, é uma prisão que não requer que o visitante identifique o visitado, desde que pague um bilhete de dez euros. De intermeio, também mostra o que andou Napoleão a fazer por aí, assim como o entendimento que tinha de “posse”.
Nas lojas do museu pode-se comprar reproduções do quadro do Leonardo. Essas reproduções raramente têm o tamanho e nunca têm a moldura das que se compram nas nossas feiras.




2 comentários:

  1. Impossível apreciar obras de arte no meio de tanta confusão. Parece que esse belo quadro ficou remetido apenas a um mero negócio. Soubesse Leonardo que o seu destino seria este... e talvez não o tivesse pintado.
    Um grande abraço!

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    Respostas
    1. Foi a terceira vez que estive no Louvre. A primeira foi de total espanto, a segunda foi para cair na realidade, e desta última senti o "parvo que se pode ser" se colocado num cenário irreal. Percorrer quilómetros de corredores, salas, salões, escadarias, recantos completamente ocupados por uma infinidade de obras de arte, tem o seu lado negro!
      É como se nos dêem na cara com vinte e sete séculos de história e depois nos perguntassem: - Ainda te sentes vivo? E isso serve-te para alguma coisa? De tudo o que vês está tudo morto - artistas, modelos, figurantes, emolduradores, mecenas, infantes, princesas, cães de caça, reis e rainhas, tudo morto; e tu o que estás aqui a fazer?
      Penso que foi a última vez; não se deve voltar aos lugares...
      Abraço.

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