sexta-feira, 11 de maio de 2012

Uma Pergunta...


“Onde vão parar os dedos mortos dos pianistas”

«Caligrafia dos Sonhos», de Juan Marsé
«Onde vão parar os dedos mortos dos pianistas». pergunta Mingo, aliás Ringo, o rapaz em quem não é difícil encontrar traços autobiográficos de Juan Marsé, o autor deste romance. Ringo trabalha numa joalharia, quer ser pianista e perde um dedo numa máquina, num momento de distração. O infortúnio há-de fazê-lo trocar o sonho da música pela 'caligrafia dos sonhos' que é a literatura.
O pano de fundo é a Barcelona pobre do final dos anos quarenta. Ringo, que tem 15 anos em 1948 (tal como Juan Marsé), é um rapaz «observador, formal e responsável». Passa as tardes a ler na taberna Rosales. É esse o seu miradouro para os dramas da vida, como o da massagista Victoria, depois de lhe ter fugido o homem com quem vivia. Ou talvez ele não vivesse exatamente com ela, mas esse é outro drama que só o final do romance há-de desvendar.
«Caligrafia de Sonhos» é o primeiro romance publicado por Juan Marsé depois de ter sido distinguido em 2008 com o mais importante prémio para a literatura em língua castelhana, o Prémio Cervantes. Um autor de quem António Lobo Antunes diz, no prefácio a este romance, ser «um dos maiores escritores espanhóis vivos, [e acrescenta:] e não digo o maior porque não os li todos».
Livro do Dia: «Caligrafia de Sonhos», de Juan Marsé; tradução de J. Teixeira de Aguilar, edição D. Quixote.
(Texto da TSF)

2 comentários:

  1. A propósito de pianistas: Perdeu-se hoje um grande nome da música portuguesa. Julgo que também foi um momento de distracção que pôs termo à vida de Bernardo Sassetti.
    R.I.P.

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    1. Entra-se pelo visor dentro, vai-se pelo enquadramento daquela imagem que se procura, de um lado há números a piscar a vermelho, ou o diafragma está muito pequeno ou a velocidade baixa desaconselha o disparo, mais á direita a sombra no objecto é mais dura, mais á esquerda evito a minha própria sombra, é isto mesmo, vou voar...
      É uma perda muito grande, devia ser possível puxar o filme atrás, mesmo que saissem imagens sobrepostas e super-expostas, e que a ultima imagem nem fosse grande arte...
      Também estou lixado!

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