sábado, 31 de março de 2012

Alfredo Pimenta

Tristes, dobram os sinos a finados,
Pelo meo coração que vai morrer.
Já mal o sinto dentro em mim bater,
Mal lhe escuto os queixumes magoados.

Já Deos lhe perdoou os seos  pecados,
Pelo seo muito amar e padecer.
Cansado coração que vai morrer,
Por el’e dobram os sinos a finados.

Nas frias sepulturas dos Poetas,
Dos Artistas, das Almas inquietas,
D’aque’las que o Amor não satisfez,

Abrem alas os mortos socegados,
Porque dobram os sinos a finados,
Por ter chegado, enfim, a minha vez!



Dr. Alfredo Pimenta
Autor do «Livro das Chymeras»

Mãos lyriais de tão delgados dedos,
Como fios de luz crepuscular,
Vinde meos olhos pállidos fechar,
Para que ninguem conheça os meos segredos.

Para que ninguem conheça os meos segredos,
E os olhos me não possa vir fechar,
Fechai-mos, vós, á luz crepuscular,
Quando parecem luz os vossos dedos.

São segredos de amor, os meos segredos…
E é porisso que só os vossos dedos
Devem meos olhos pallidos fechar…

E assim meos olhos só aos vossos dedos
Poderão confiar os meos segredos
Suaves como a luz crepuscular…



(Sonetos extraídos do Livro das Chymeras)

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