sábado, 31 de março de 2012

Alfredo Pimenta

Tristes, dobram os sinos a finados,
Pelo meo coração que vai morrer.
Já mal o sinto dentro em mim bater,
Mal lhe escuto os queixumes magoados.

Já Deos lhe perdoou os seos  pecados,
Pelo seo muito amar e padecer.
Cansado coração que vai morrer,
Por el’e dobram os sinos a finados.

Nas frias sepulturas dos Poetas,
Dos Artistas, das Almas inquietas,
D’aque’las que o Amor não satisfez,

Abrem alas os mortos socegados,
Porque dobram os sinos a finados,
Por ter chegado, enfim, a minha vez!



Dr. Alfredo Pimenta
Autor do «Livro das Chymeras»

Mãos lyriais de tão delgados dedos,
Como fios de luz crepuscular,
Vinde meos olhos pállidos fechar,
Para que ninguem conheça os meos segredos.

Para que ninguem conheça os meos segredos,
E os olhos me não possa vir fechar,
Fechai-mos, vós, á luz crepuscular,
Quando parecem luz os vossos dedos.

São segredos de amor, os meos segredos…
E é porisso que só os vossos dedos
Devem meos olhos pallidos fechar…

E assim meos olhos só aos vossos dedos
Poderão confiar os meos segredos
Suaves como a luz crepuscular…



(Sonetos extraídos do Livro das Chymeras)

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quinta-feira, 29 de março de 2012

Maria de Lourdes

D. Maria de Lourdes
                    Maria de Lourdes, actriz-cantora, estreou-se no Teatro Apolo. Fez a sua festa artística no dia 28 de Janeiro de 1922.

quarta-feira, 28 de março de 2012

H.O.P. por Adelina Fernandes

Publicidade em Portugal no início dos anos 20 (Séc. XX)


Texto:
                 Quere a minha opinião sobre a pasta Hop? Pois ahi vai:
                                        Passarei a usa-la.

                                       Adelina Fernandes


Mais sobre Adelina Fernandes aqui.

terça-feira, 27 de março de 2012

Carta de Camilo

          Tenho pena de não ter encontrado ainda o n.º da ABC onde foi publicada a carta de Oliveira Martins para Camilo Castelo Branco; seria mais interessante a leitura desta carta de Camilo que é a resposta a essa outra.  Nesta carta Camilo dá continuação à discussão que mantinha com o correspondente sobre a educação dada pelos jesuítas, impõe os seus conhecimentos de historiador e aproveita para dar largas à eloquência.
            Fica então aqui a carta, reproduzida em imagem digital obtida por fotografia por não ser possível submeter o volume, já muito frágil, à mesa de digitalização. Esperando que a imagem se preste à leitura, transcrevo (no final deste postal) o último parágrafo que considero uma jóia, e chamo a atenção para as últimas palavras, uma expressão que anda perdida mas que jamais esquecerei.


          Sentirei muitíssimo que o meu presado Amigo Oliveira Martins se dissaboreasse com esta mansa palestra em que tanto monta sahir victorioso como vencido. Para mim a suprema victoria era entreter-me, gastar uma das horas que me levam arrastandamente para a ultima que sinceramente desejo, na fé de que os jesuítas esperam a minha alma á porta do céo no qual nos encontraremos quando os Fados forem servidos,
            s-c 25-7-84.

                                                           De V. Ex.ª
                                                  Am.º Admirador e Cr.do
C. Castello Branco



H.O.P. por Maria de Lourdes

Publicidade em Portugal no início dos anos 20


Texto:
     Para que na mulher os seus dentes se transformem em estrelas fulgurantes, indispensável se tome o uso da deliciosa pasta H.O.P.
      Maria de Lourdes

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segunda-feira, 26 de março de 2012

With or Without



Sempre bela!

Os Netos de Camilo

Trabalho da Revista ABC - Ano II, n.º 79
Lisboa, 12 de Janeiro de 1922
Sobre a descendência de Camilo Castelo Branco.
(O problema da transmissão dos direitos de autor e de propriedade da obra literária)



Clicar nas imagens para ver em tamanho maior

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terça-feira, 20 de março de 2012

Do Arco da Velha 12

Revista “MODAS E BORDADOS” – Vida Feminina
Directora e Editora – Maria Lamas
Propriedade da Soc. Nac. de Tip.
Redacção, Administração e Oficinas: Rua do Século, 63
Suplemento n.º 1594 – Lisboa
Ano XXXI
Quarta Feira, 26 de Agosto de 1942

Capa n.º 1594

Página 3

domingo, 18 de março de 2012

Medeia

Medeia
(Escultura em fresco, policromada)
Medeia (em grego, ΜΗΔΕΙΑ - MĒDEIA, na transliteração) é uma tragédia grega de Eurípides, datada de 431 a.C.
Nela foi apresentado o retrato psicológico de uma mulher carregada de amor e ódio a um só tempo. Medeia representa um novo tipo de personagem na tragédia grega, como esposa repudiada e estrangeira perseguida, ela se rebela contra o mundo que a rodeia, rejeitando conformismo tradicional. Tomada de fúria terrível, mata os filhos que teve com o marido, para vingar-se dele e automodificar-se. É vista como uma das figuras femininas mais impressionantes da dramaturgia universal.

(Texto da Wikipédia)

quarta-feira, 14 de março de 2012

A fórmula de José R. dos Santos

Terça Feira, 13 de Março (ontem), Telejornal - 20h (RTP portanto)
Ao minuto 29:34’’ aparece o José Rodrigues dos Santos muito assarapantado, com a caneta na mão direita, e diz em tom exclamativo:
- O bispo de Beja apresentou a solução para a seca – Rezem. O bispo afirma ser importante pedir chuva a Deus!
Depois seguiu-se uma reportagem com palavras do próprio bispo, sons dos cânticos religiosos dos crentes em novena e imagens dos terrenos ressequidos.

(Não vale a pena clicar na imagem, o link está abaixo, a vermelho no texto)

Mudei de canal para não ter de ver mais uma vez o pivô despedir-se com um piscar de olho; é confrangedor!
Confesso que fiquei de candeias às avessas com o JRS depois de ter lido “A Fórmula de Deus” - 574 páginas nada baratas que me conduziram, com o aproximar da última, à mais profunda sensação de ter sido enganado.
Até aquela altura, já tinha lido muitos livros do Isaac Asimov, do Stanislaw Lem, do Carl Sagan, do Bryan W. Aldiss,  do Fred Hoyle, do George Orwell, do Ray Bradbury, do Robert Silverberg e de tantos outros. Estava portanto preparado para tudo, mesmo tudo, o que da ficção científica pudesse vir, e da ficção científica pode vir tudo.
Na sobrecapa do meu exemplar do “A Fórmula de Deus” – Gradiva – um texto de apresentação diz assim:

… da mais importante descoberta jamais efectuada por Albert Einstein, um achado que o conduz ao maior de todos os mistérios.

A prova científica da existência de Deus.

Uma história de amor, uma intriga de traição, uma perseguição implacável, uma busca espiritual que nos leva à mais espantosa revelação mística de todos os tempos.

Ao longo das 574 páginas fui ficando convencido que tinha caído na fórmula Dan Brown, o que já seria deveras trágico. As últimas páginas já as li desassombrado; completamente consciente que tinha perdido dinheiro, gasto inutilmente o meu tempo, e pior que isso, tinha contribuído para a construção de uma fraude literária.
Explicada a minha antipatia pelo JRS, relembro o Telejornal de ontem (podem ver aqui) e continuo sem saber se aquilo foi sarcasmo para os crentes ou descoberta da pólvora – a Igreja Católica incita à oração – mas penso que JRS não devia trabalhar na RTP.

JMP

terça-feira, 13 de março de 2012

Fado Victória

Defesa do Consumidor


Acredito que a DECO-PROTESTE tem um papel importante no nosso modo de vida actual, também acredito que desempenha esse papel de forma séria e que integra nos seus quadros pessoas aptas e verdadeiramente interessadas. É por acreditar nisto que fico intrigado com o processo que utiliza para captar sócios e subscritores das suas publicações.
Esta associação, aborda com muita regularidade e por via postal, ex-associados e pessoas constantes das suas bases de dados; contra isso não tenho nada. O que me intriga é o tratamento imbecil que dá aos potenciais clientes e associados, só comparável ao processo utilizado há 30 anos pelas “Selecções do Reader’s Digest”. Estes últimos tinham pelo menos uma redactora com dotes literários que escrevia umas lindas cartas assinadas por Marta Neves (se bem me lembro), mesmo que se chamasse Rita Ferro (se não me engano).
Eles é livros de cheques-oferta, é vinhetas douradas, prateadas, vermelhas, estrelas da sorte. É raspadinhas e sorteios de automóveis, e de viagens, e  auscultadores sem fios mais um número gratuito de uma publicação e um conjunto multimédia! É só colar as vinhetas nos sítios certos, cortar os cupões pelos picotados, anexar as cadernetas e os talõezinhos, e pôr o longo n.º do nib, pois, nos quadradinhos desenhados para o efeito, claro; depois mete-se tudo no envelope “Remessa Livre”, fecha-se com a vinheta dourada e já está - mais uma despesa mensal para compor o ramalhete!  


segunda-feira, 12 de março de 2012

Arte da Silhueta

Revista FORD
n.º 5 - Setembro, 1937
Pág. 13
SILHUETAS


Texto do lado esquerdo:
Estas silhuetas da história de transportes foram feitas pelo artista Ugo Mochi, na sua recente visita ao Museu do Instituto Edison na fábrica Ford, em Dearbom.

Texto do lado direito:
Ugo Mochi, é hoje considerado como o maior artista na sua especialidade. entre estas silhuetas de impecável realização, figuram a do Handsom Cab, 1880 (ao centro) e a do Coche Campbell, 1760 (logo abaixo).

quinta-feira, 8 de março de 2012

Mulher


Lynda Carter as Wonder Women

Imagem daqui

Ir à Lua

Revista “Gente e Viagens”
Outubro 1995
Artigo Principal: Lua, Turismo já no ano 2015


Em 1995 era possível dizer-se uma coisa assim sem provocar grandes risos. Decorridos pouco mais de dezasseis anos, a escassos três dessa fasquia temporal, serve a afirmação para nos mostrar o que o mundo mudou.
Estamos em 2012. Para quem não perdeu um episódio do Espaço 1999, isto é basicamente o “futuro”.
Todos os homens e todas as mulheres têm o direito de ir à lua, pelos seus próprios meios, sendo que será mais fácil com a ajuda uns dos outros.

domingo, 4 de março de 2012

Contrapropaganda

"O Calendário dos Agressores"
Folheto (14cm x 21,5cm) 32 páginas
Não possui qualquer identificação de quem o imprime ou de quem o edita.





NOTA: Foram adicionadas imagens na página 2.ª Guerra

sexta-feira, 2 de março de 2012

My Dear Robot

Imagem daqui

Nova Idade da pedra

A “Idade da Pedra” não acabou por falta de pedra, acabou porque se iniciou outra com o advento da tecnologia dos metais. Assim a idade do petróleo não terminará pela falta de petróleo, o que em todo o caso ajudará muito. Iremos usar intensivamente o petróleo, bem para lá do que o bom senso aconselha. Quando a quantidade remanescente (do que é tecnicamente passível de ser extraído) deixar de ter um preço compatível com o uso generalizado, passará a ser utilizado nas aplicações que não tendo encontrado alternativas comercialmente viáveis, gerarem apesar do alto preço algum interesse, como seja a aviação. Nessa altura a humanidade encetará o consumo em grande escala de outro ou outros recursos, também eles escassos com certeza, e com danos ambientais associados, pois.
                A “Idade do Petróleo” está a dar a vez a uma outra que poderá vir a chamar-se a da “Energia Eléctrica Acumulada”, ou “Idade das Pilhas”, ou outra coisa que nem imagino.
                A fase de transição já foi iniciada e, em parte, os problemas visíveis das principais economias devem-se a isso. Estamos a deixar de poder usar a superdesenvolvida tecnologia do petróleo-sem-restrições, e ainda não dominamos bem uma outra tecnologia que a substitua. Obtemos por isso menos rendimento por cada unidade de recurso gasto e isso repercute-se nas nossas carteiras.
                As novas potências emergentes terão que emergir de águas turvas para uma atmosfera pesada. O percurso feito ao longo do Séc. XX pelos EUA, pela velha Europa e pelo Japão é irrepetível; foram abertas gavetas que deveriam ter permanecido fechadas, escancaradas portas e emparedadas outras, rasgou-se caminhos por todo o lado e criou-se zonas onde jamais alguém quererá ir, foram extintas espécies, encheu-se de sucata a órbita terrestre, delapidaram-se recursos herdados da fundação da galáxia, etc.
                O mundo não acaba aqui, mas que estamos a assistir ao fim do mundo tal como o conhecemos, estamos! Perdida a inocência, está perdida a possibilidade de se voltar a ter a sensação do acto em que se perdeu a dita. Isto está muito bem descrito na Bíblia, outra coisa que não poderá voltar a ser feita – foi Escrita, pronto.
                A história dá-nos informações muito detalhadas sobre um período de vários milhares de anos, alguma coisa havemos de aproveitar disso. Querer recuperar as décadas passadas é uma pura ilusão, assim como, imaginar esses tempos a serem vividos a partir de agora, na África, na Ásia, na América do sul, na China ou na Rússia, só por ingenuidade.
                O que eu vejo nos círculos mais próximos é uma humanidade que desbaratou recursos, estragou o ambiente, abandonou a religião, e que quer voltar aos tempos em que se dedicou a isso tudo. Deus tenha piedade.