Já o delegado do ministério público pedia a palavra há algum tempo quando o juiz presidente deu conta disso; tinha estado ocupado a roer um bocadinho de pão, baixo e duro, enquanto os olhos percorriam aleatoriamente as capas dos dossiês no cimo da imensa pilha que lhe servia de secretária. Levantou-se num salto, pousou num gesto reflexo o pão e com os curtos bracinhos caídos ao longo do corpo, baixou o olhar numa evidente reverência e disse com uma vozinha sumida:
- De direito do Sr. Doutor e para o bem deste tribunal, faça o favor, Sr. Doutor.
A sala continuava a encher e a atmosfera já tinha pouco de respirável, as paredes escorriam o ressoado, todos ccomiam ou já tinham comido um pouco de pão, havia uma espécie de malgas com vinho a passar de mão em mão, e apesar de tudo reinava o silêncio!
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