O antigo processo de fotografia com película acabou por ser
abandonado. Ao mais pequeno deslize entrava-se no mundo ao lado e lá ficava o
que não se queria ver. A relação dos vivos com os fantasmas afecta sempre os
primeiros, já o pior que pode acontecer aos segundos é serem mostrados como são
– incompletos e um tanto esfumados. Um dia, um homem, ao ver que o barco em que
seguia não tinha condições para se fotografar o que se via, subiu para uma
baleeira e começou a remar com afinco. Acabou por chegar ao seu destino, mas consta
que ainda não terminou essa viagem solitária.
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