quinta-feira, 27 de junho de 2013

Sob o signo de Lenine



          Hoje, o país foi mandado parar por uns tipos duma minoria anacrónica! Disseram que devia parar à custa de quem o parasse, e parou um pouco, mais o país urbano, o que mais depende do estado. Assim a TSF não fez fórum nem apresentou o livro do dia, ou seja, calou aquele povo que só diz disparates e quanto a livros… não lêem e não!
          Enquanto a múmia do Lenine reclama um fato novo, as nossas centrais sindicais convencem os que se deixam convencer, de que estão a contribuir para resolver qualquer coisa.

          Por mim, que se preserve a dita múmia; pode vir a encabeçar um desses governos que o Arménio Carlos quer.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Claude Debussy : Clair de Lune, for Piano (Suite Bergamasque No. 3), L. ...





Evolução e Progresso



Eu nasci num mundo em que se tiravam rifas de papelinhos de dentro de aquários de vidro, faziam-se rodar rodas e roletas coloridas, tiravam-se bolas numeradas de dentro de sacos de veludo...

Esperar que dê uma vontade à vaca e ver onde, é recente, para mim pelo menos.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Na Barca



               Rapaziada de Freamunde a andar de barco, não sei onde.
               À frente, do lado esquerdo da foto, Bernardino Pinto de Moura
               De pé, em mangas de camisa, Luís Teles de Meneses


terça-feira, 18 de junho de 2013

Olhar Estalado



A foto, não sei, estava na net, tantas voltas dei que encontrei uma que ilustrasse um "olhar estalado". Mas encontrei, é isto. A expressão está um pouco arredada, como está a maior parte das expressões e palavras. Deu um simplex no Português e passamos a usar um dicionário de bolso, com o correspondente vocabulário pequenino, sempre à mão e suficiente para ir às compras e fazer recados. Quis recuperar o "olhar estalado" e encontrei a imagem certa; não é sorte - é o poder da internet!

Foto daqui

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Entrepor







Imagens daqui

Valentina Tereshkova


Valentina Tereshkova - Primeira mulher no espaço

Mais sobre Valentina no  Cleópatra no Séc. XXI

Poesia Popular



 
Isto é uma coutada?
 
 
Neste nosso País de liberdade
as mulheres, na terra dos capões,
são proibidas por certos figurões
de tocarem na banda da cidade.
 
E os que mandam alinham nisto tudo,
vão dizendo que sim com toda a gente,
entre eles não há nada de diferente,
andam todos ao som do tal "canudo".
 
O que diz a constituição, é entulho!...
o que importa é subsidiar o orgulho
desses ditos senhores da coutada,
 
que dizem para aí, à boca cheia,
a mulher é um bombo em que se arreia...
só serve p'ra parir e p'ra mais nada!
 
2-12-2012
 
Rodela, poeta popular freamundense.


sexta-feira, 14 de junho de 2013

Coisas ao alto


Se já foi possível transportar automóveis ao alto, sobre os seus próprios narizes, muitas coisas hão-de ser possíveis por mais estrambólicas que pareçam. Por ex., tirar o país deste sarilho onde se meteu.


Vert-A-Pack, a cooperative design by GM and the Southern Pacific Railroad. 

When Chevrolet was faced with a financial challenge they got, well, creative. During the 1970s the Vega was released as an affordable automobile. The goal was to keep the cost below $2000. Standing cars on their noses to transport them across the nation saved them space, allowing them to get more Vegas in one single train ride. It was called the Vert-A-Pack, a cooperative design by GM and the Southern Pacific Railroad. Now instead of holding the typical 18 cars horizontally, they could fit 30 cars vertically. The real interesting factor is the adjustments they made on these models under the hood, so they could stand to stand without spilling fluids all over the tracks. They had a special engine oil baffle; batteries had high filter caps to keep acid from leaking; the carburetor had a special tube installed; the windshield washer fluid was placed at a 45 degree angle.

Mais, aqui

terça-feira, 11 de junho de 2013

A Santa Agência, que diz?


ou:

O INFARMED a patinar no próprio lodo 

O Governo, por intermédio do Secretário de Estado da Saúde, publicou o Despacho n.º  7021/2013 de 30 de Maio – Reprocessamento de Dispositivos Médicos de Uso Único.
Não fosse a classificação “ de uso único” querer dizer o que diz realmente, eu já ficaria preocupado. Havendo no país uma entidade, designada “Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde”, que é o todo-poderoso INFARMED, triturador de mercados e legítimo representante das Celestiais Instâncias Europeias na terra – que é o mesmo que dizer, aqui, no protectorado – lá fui eu ver o que dizia a santa agência sobre o assunto. Encontrei isto que se pode ler aqui, de 2005. É claro que em 2005 ainda tínhamos país com soberania e tudo, andava a santa agência dedicada a encerrar fábricas de dispositivos médicos, que mesmo que nunca tivessem provocado danos a ninguém, pudessem por uma leve suspeição que eles lá tinham, vir a criar! Estavam a mando da Mãe Europa a redesenhar o mercado, e a contribuir para isto – tudo isto, com desemprego, miséria, reutilização de cateteres, tudo!
Ou estou a interpretar mal tudo isto, ou o INFARMED está a ser desautorizado. É bem feito; se perderem todos o emprego aprenderão pelo menos a recuperar o pouquinho de humildade que tinham antes de lhes ser dada a oportunidade de beijarem as bordinhas das vestes da inominável Europa.
Quando eu ainda era fabricante de dispositivos médicos, apareciam-me lá na fábrica, com aviso ou sem ele, inspectores de gabardine cinzenta. Chegavam invariavelmente num automóvel HONDA, a gasolina (!), com chauffeur, vinham da capital. Teriam partido no dia anterior, chegado ao destino pela tardinha, pernoitado num turismo rural da região, e nunca tocavam à campainha antes das dez e meia ou onze da manhã. Numa dessas visitas, o mais gordo e com aspecto mais repelente, depois de se ter metido meia hora no WC junto à sala de reuniões, ter tossido e espirrado de forma que nem o barulho da tecelagem, por baixo, conseguia amortecer, ter gasto todo o papel higiénico e pedido mais, saiu de lá todo suado a alegar a falta de um anti-histamínico… depois sentou-se e a propósito de não me lembro o quê, perguntou-me seis ou sete vezes seguidas se eu tinha o n.º de telefone do ministério da economia. Ele pronunciava “icunumia” e aí pela terceira vez que fez a pergunta, seguidinha,  a esbugalhar os olhos de suíno por trás de uns fundos de garrafão, eu já não sabia, era se não lhe devia enfiar o enorme e museológico aparelho de PBX, ali ao lado, pela cabeça abaixo. Pois, ainda repetiu a pergunta mais quatro ou cinco vezes, seguidinhas!
Não, eu não vou contar mais. Faz-me mal…

Agora há um tipo que despacha que os dispositivos médicos de uso único podem ser reprocessados… penso na sacro-santidade do INFARMED… no valor inalienável da saúde e no poder magnífico dos seus sacerdotes… isto é tudo merda.

sábado, 8 de junho de 2013

Thereza de Marzo


A distinta aviadora brasileira Tereza di Marzo

Capa da Revista ABC Ano III - n-º 108, Lisboa, 20 de Julho de 1922
(Na revista aparece escrito "Tereza di Marzo", provavelmente por assim ter soado o nome, pronunciado por  um falante do Brasil, aos ouvidos de um português ainda pouco acostumado à sonoridade do outro lado do Atlântico) 

Tereza de Marzo (São Paulo, 06/08/1903 - São Paulo, 09/02/1986)

Imagem  daqui

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Em Ombros



Naqueles tempos as festas eram feitas nos montes
era lá que estavam os cruzeiros e as ermidas 
à volta as árvores eram pinheiros
o chão de terra e pedras
ainda havia Deus
os ombros carregavam alegrias 

quarta-feira, 5 de junho de 2013

William Ackerman -Shella's Paintings.(HD Slide)





Encontrei no Pequenos Prazeres Musicais.

Acordos falhados




Quando leio imprensa do início do Séc. XX vejo-me muitas vezes obrigado a recorrer a dicionários da mesma época. Objectos relativos a acções e gestos que já ninguém realiza, e a artes e ofícios desaparecidos, assim como os nomes desses mesmos actos e ofícios, levam-me a procurar desfazer as dúvidas. A tendência natural de depreender o significado das palavras pelo contexto, conduz muitas vezes ao erro pelo facto de estarmos precisamente fora de um contexto deixado há muito para trás.
Noto que o meu dicionário da língua portuguesa da livraria Simões Lopes, de 1939, refere a legislação de acordo com a qual foi publicado – “acordismo” daquele tempo.
Atento nisso e não posso deixar de pensar nos problemas enormes, que, de forma dispensável e gratuita, fomos arranjar com o dito “acordo ortográfico” de 1990.
Consulto o meu dicionário, muito bem feitinho para respeitar o “… acordo celebrado entre a Academia das Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras” e não posso deixar de pensar que estamos a falhar onde já outrora falhamos. O que prevalece é bem diferente do que se quer impor, porque o Português é uma língua viva.