segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Afonso Lopes Vieira

          
           Afonso Lopes Vieira ( Leiria 26/01/1878 - Lisboa 25/01/1946)



Linda Inês
Choram ainda a tua morte escura
Aquelas que chorando a memoraram;
As lágrimas choradas não secaram
Nos saudosos campos da ternura.

Santa entre as santas pela má ventura,
Rainha, mais que todas que reinaram;
Amada, os teus amores não passaram
E és sempre bela e viva e loira e pura.

O Linda, sonha aí, posta em sossego
No teu muymento de alva pedra fina,
Como outrora na Fonte do Mondego.

Dorme, sombra de graça e de saudade,
Colo de Garça, amor, moça menina,
Bem-amada por toda a eternidade!
 
 
 
(In Cancioneiro de Coimbra)


3 comentários:

  1. Gostei do soneto. Confirma-se mais uma vez que Inês de Castro serviu (e provavelmente ainda continua a servir) de inspiração a imensos escritores, poetas, músicos...

    (...)
    Não mais tiveram perdão
    Aqueles que a mataram
    (...)

    Abraço

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    1. ... e lá fui eu à procura de onde eram os teus versos. Acabei por dar com o José Cid http://letras.mus.br/jose-cid/511130/ em vídeo de 1968 (o Homem ainda não tinha ido à lua)! Só quando deu um ar de riso é que lhe reconheci o trejeito de boca tão característico.
      Abraço.

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    2. Tive mesmo que publicar o vídeo nos "Pequenos Prazeres". ;))
      Abraço

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