O bispo das Forças Armadas, D. Januário Torgal Ferreira, considera que o Governo liderado por Passos Coelho é “profundamente corrupto” e compara “alguns” ministros a “diabinhos negros”, por oposição aos “anjos” que integraram o anterior Executivo.
(notícia do dia)
|
Anta de Lamoso - Paços de Ferreira |
Sempre que um governo PS é arrumado, invariavelmente por indecente e má figura, logo começa por parte da gente desse partido e dos seus interesses a lavagem do passado, a construção do esquecimento, o apontar do futuro e desmaterialização da memória recente.
A figura central da tragédia é removida para um altar distante dos olhos do povo e a partir daí qualquer referência que se lhe faça será rebatida pela ignomínia de se falar dos ausentes. As sequelas que invariavelmente são a fome, choro e ranger de dentes, imediatamente são atribuídas a quem estiver no momento aos comandos, não importa há quanto tempo. Todo um coro de partidários, comentaristas irmanados, independentes comprometidos e interesses instalados em objectivos que só eles conhecem, vêm falar para que nunca se esqueça, de todos os nomes daqueles que, não sendo socialistas alguma vez governaram, e aproveitam para entremear com citações de difusos erros cometidos em altura incerta. Enquanto lembram uns outros, lavam a imagem dos seus. Semeiam nos espaços deixados pelo esquecimento que induzem, os esporos de um incómodo que querem que o povo associe aos partidos da direita.
A figura do pântano é chamada para dizer o que querem evitar. Nessa altura, os sapatos de qualidade e bem engraxados já patinam no lodo que avança por todos os lados, uma humidade fétida já lhes trepa pelos fatos de corte excelente. O partido garante que ninguém olha para o chão, todos sabem para que servirá o lodo no momento seguinte
Ainda alguém se lembra de António Guterres? O homem bem-falante, de resposta rápida e assertiva, o “homem bom” que tudo deu sem olhar a quem; já ninguém fala dele! Os seus governos não são nunca referidos, o seu tempo foi contraído numa pequena e insuspeita virgula que se pode pôr aqui ou ali. O mesmo farão com Sócrates, que um dia voltado do exilio do padrinho (Soares), estará completamente desligado do seu tempo e será lembrado com saudades dos tempos menos maus face aos tempos que lhe sobrevieram.
Ao ver o governo, que lá está há pouco mais de um ano, já tão acossado e tão culpado e tão mal comparado aos que lhe antecederam, nem dá vontade de lhes bater o que merecem.
Ao ver essa improvável figura dita bispo das forças-armadas, sacramentar com os pútridos óleos da confusão, uma comparação entre estes e os anteriores, fica parva a minha alma mas não me tolda o espírito. Que diga que estes são corruptos, bem o pode fazer desde que explique porquê. Que para isso tenha necessidade de começar por fazer dos anteriores “uns anjos” já me parece que é um dos tais arregimentados para semear no sítio dos esquecimentos os implantes da mentira.
Para confrontar os que lá estão com as suas responsabilidades, ninguém deve ter necessidade de começar por lavar as culpas dos governos socialistas. Se o faz é porque tem interesses que não declara. Pode um homem da Igreja Católica trabalhar para o PS do aborto livre e subsidiado, para o PS do casamento de pessoas do mesmo sexo, para o PS da destruição da soberania do povo?
O povo anda confuso, e tem razões para isso. Com pastores destes é bem melhor que tresmalhe do que ser levado ao abismo pela certa.
(Isto sou sem paciência para papar sempre do mesmo)