É um bilhete de passagem.
Dobrado em três, guarda no interior os dados relevantes, por fora tem o timbre da “Companhia Colonial de Navegação” e o dizer “Bilhete de Passagem N.º xxx”
Atento nesse título e ocorre-me a vida, e a morte, pois!
Soneguei os nomes destes viajantes do “Vera Cruz”.
São familiares meus.
Já todos fizeram a última viagem, dessa vez na barca de Caronte a quem, presumo, pagaram displicentemente com duas moedas fora de uso.
Não ficou descendência.
Restam os corpos em urnas herméticas, expostas, numa construção de pedra lavrada e porta envidraçada sobre a qual diz, morada perpétua de …
É uma passagem.
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