O chamamento das galinhas.
Tenho andado a trabalhar “de martelo e cinzel”. É um trabalho obsessivo, pesado, e sujo no sentido que é feito no meio de uma nuvem de pó.
Hoje, enquanto dava algum pormenor ao focinho de um urso, veio-me à ideia o chamamento das galinhas.
Vejo a minha avó Isaurinha, que Deus a tem, com milho no avental cujas pontas de baixo segura com a mão esquerda, usando a mão direita para semear aos pés, e cantando:
Pi – Piii,
Pi – Piiiiii…
…
Piii – Pi – Pi – Pi – Pi – Pi – Pi – Pi – Piiii…
Pi – Piii,
Pi – Piii,
Pi – Piii,
Pi – Piii,
Pi – Piiiiiiiiiiiii…
(Lendo-se os “pis” todos, a melodia aparece)
E vinham as galinhas todas a correr...
Umas coloridas, pretas, cucas, pedrêses, alguma sem penas no pescoço, e o galo.
Se alguma não vinha, é porque estava choca!
Há anos que não ouvia isto!
Por momentos parei de esculpir, depois ... continuei.
Agora falta o peito e as patas da frente.
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