sábado, 6 de abril de 2024

 


 Nós, portugueses, talvez devido à cultura fundada na história trágico-marítima, temos uma imagética imbricada e uma herança de lugares que tratamos como se memórias fossem.

 O passado está sempre aqui, o presente é já passado e o futuro é o que sempre foi, passado ele também, portanto,
Quando falamos de camelos começamos por trazer à frente a imagem de água, mas nunca chegamos ao deserto. 

Trazida a água à nossa roda deixamo-nos levar nela, nas suas grandes massas e nas suas pequenas correntezas. 

 Provavelmente seguimos por um rio, e nele, vemos margens, e ficamos pelas margens. E se num mar nos vemos, seremos levados a glosar, talvez os cavalos marinhos, e neles, a sua realeza, e nela, talvez, tudo o que interessa, toda a verdade.
Podemos não voltar ao assunto de camelos e ficaremos bem.

 Gosto de ti, Portugal.



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