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Entre os diversos tipos de viagens imaginárias, a do viajante de
poltrona constitui uma classe em si. Alguns, como Plínio, o Velho, no século I,
escreveram textos interessantes sobre lugares distantes que nunca viram, com
uma convicção que, séculos mais tarde, levou leitores como Otelo a acreditarem
que havia «homens cujas cabeças/ crescem por baixo dos ombros», como aparece
representado na Crónica de Nuremberga,
de 1493. O contumaz mentiroso John de Mandeville, por exemplo, descreveu como
visitou grande parte do Oriente, como bebeu da Fonte da juventude, na costa do
Malabar, e como serviu no exército do imperador da China. «Do Paraíso», refere,
no entanto, «não posso falar, dado não ter estado lá».
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Dicionário de lugares imaginários
Autores: Alberto Manguel e Gianni Guadalupi
Ilustrações: Graham Greenfield e Eric Beddows
Mapas: James Cook
Tradução de Carlos Vaz Marques e Ana Falcão Bastos
Capa: Vera Tavares
1ª edição: Agosto de 2013
TINTA DA CHINA - Lisboa
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