sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Dito (57)

   
       
      Estou sob termo de identidade e residência há demasiado tempo.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

O Cimbalino


Reblogado dos Cadernos da Libânia


La Cimbali e o cimbalino
 

Em 1956 a boa fama profissional da ofi­cina de Manuel Ferraz levou a que fos­se escolhida para agente da marca La Cimbali, moderna máquina italiana de ti­rar cafés. Porfírio foi a Itália fazer uma es­pecialização para poder reparar as no­vas máquinas, cuja primeira foi montada no Café Central, em Anadia. Seguiu-se a montagem de máquinas nos cafés Águia d'Ouro, Palladium, Âncora dOuro, Tropi­cal, Brasileira e Confeitaria Lobito (Largo do Padrão) no Porto, e nos cafés Sport e Pátria, em Matosinhos. O Porfírio era co­nhecido em todos os cafés, e o seu passa­do profissional merecia confiança. Hones­to, simpático, alegre e bom conversador, facilmente convenceu todos os indus­triais do ramo a deixarem montar uma das modernas máquinas nos seus esta­belecimentos, à experiência. Um engenheiro italiano, de nome Cam­po Nuovo, acompanhava o Porfírio e in­formava os donos dos cafés que só se procederia à venda da máquina se se comprovasse a eficácia do novo mo­do de servir café à italiana, se o interes­se dos clientes justificasse e se houves­se vontade de aquisição por parte do proprietário do estabelecimento. E foi a que começou o problema. Ninguém pe­dia café de máquina!... Passavam-se os dias e o café à italiana não tinha clien­tes. Aquilo parecia um fiasco e o italia­no Campo Nuovo começou a desani­mar e pensou regressar a Itália com as máquinas. Entendendo es­se desânimo, e cheio de boa vontade em ajudar, o Porfírio percebeu a fal­ta de informação que fa­zia o desconhecimento do produto pelos poten­ciais consumidores, e sugeriu ao italiano:
- Ó senhor engenheiro, porque é que o senhor não faz um cartaz a dizer assim: "Não peça café. Pe­ça um cimbalino e veja a diferen­ça". Campo Nuovo arregalou os olhosl De imediato viu que acaba­ra de nascer um nome para o no­vo produto que era o café da má­quina La Cimbali!
Aceitou a ideia, mandou tipografar car­tazes com a frase sugerida pelo Porfírio, distribuiu-os pelos cafés... e algum tem­po depois já pôde facturar as máquinas instaladas!
Os bons apreciadores de café aderiram ao "cimbalino" que se tornou num êxito e numa marca do Porto, e o Porfírio re­cebeu um prémio de 5.000 escudos pe­la ideia!


terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Sócrates, Sócrates, que raio, Sócrates!



Sócrates não é só o nosso Don Quixote em versão feita na China, ele é também o nosso Sancho Pança em versão mexicano de luta livre, o nosso Roncinante biónico, e agora, grande cavaleiro do próprio caixão – uma coisa muito à frente, quase uma versão refinada do Mário Soares montado numa tartaruga ninja.

A não perder esta ligação ao ma-schamba , um post delirante do Miguel Valle de Figueiredo – é para rir, pois, ao Domingo na RTP1, que desta foi à Segunda (ou ao Sábado).

 

Dicionário de lugares imaginários



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Entre os diversos tipos de viagens imaginárias, a do viajante de poltrona constitui uma classe em si. Alguns, como Plínio, o Velho, no século I, escreveram textos interessantes sobre lugares distantes que nunca viram, com uma convicção que, séculos mais tarde, levou leitores como Otelo a acreditarem que havia «homens cujas cabeças/ crescem por baixo dos ombros», como aparece representado na Crónica de Nuremberga, de 1493. O contumaz mentiroso John de Mandeville, por exemplo, descreveu como visitou grande parte do Oriente, como bebeu da Fonte da juventude, na costa do Malabar, e como serviu no exército do imperador da China. «Do Paraíso», refere, no entanto, «não posso falar, dado não ter estado lá».
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Dicionário de lugares imaginários
Autores: Alberto Manguel e Gianni Guadalupi
Ilustrações: Graham Greenfield e Eric Beddows
Mapas: James Cook
Tradução de Carlos Vaz Marques e Ana Falcão Bastos
Capa: Vera Tavares
1ª edição: Agosto de 2013
TINTA DA CHINA - Lisboa