…
Não se dirá melhor o que ali se disse. Além do mais (e talvez isto seja o
essencial das minhas reflexões), o tempo, que despoja as fortalezas, enriquece
os versos. O de Zuhair, quando este o compôs na Arábia, serviu para confrontar
duas imagens, a do velho camelo e a do destino; repetido agora, serve para
recordar Zuhair e para confundir os nossos pesares com os daquele árabe morto.
Dois termos tinha a imagem e hoje tem quatro. O tempo amplia o âmbito dos
versos e sei de alguns que, como a música, são tudo para todos os homens.
Assim, atormentado há anos em Marrakesh com saudades de Córdova, comprazia-me
em repetir a apóstrofe que Abdurrahman dirigiu, nos jardins de Ruzafa, a uma
palmeira:
Estrangeira neste solo…
…
Excerto de “A BUSCA DE AVERRÓIS”
Incrível ter aceite um cargo de direcção de uma Biblioteca na condição de cego. O próprio Beethoven também compôs obras que já não podia ouvir. Ele há com cada paradoxo...
ResponderEliminarAquele abraço
O Jorge Luis Borges foi essencialmente um contista. Um simples conto dele pode conter muito mais informação que muitos livros de 450 páginas que serão editados neste Natal, como é costume. O paradoxo era a praia dele!
ResponderEliminarAqule Abraço.