quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Petróleo em frasquinhos


     Não ando com falta de palavras, pelo contrário. O que me andam é a sair ásperas, por isso as guardo para mim. A culpa pode muito bem ser de uma dúvida que se repercute na minha cabeça: - Querem ver que os nossos dirigentes vão fazer com a aproximação do fim do petróleo (em quantidade e a preços inteligíveis), o mesmo que fizeram com este descalabro económico no ocidente? Andaram a atirar dinheiro para uma crise de dívida; irão atirar petróleo para cima da crise energética?
     …
     Os voos low cost vão ser planados, os BRIC serão motorizados a pedais, a globalização será feita à vela…
     Bom tempo para os críticos!

Mais capas da ABC







sábado, 25 de fevereiro de 2012

Opúsculo (sem pai nem mãe)

Do início dos anos 40 do Séc. XX, capa colorida, 36 páginas. Uma quinta série, servida da bandeira da nação, anónima! Não diz por quem nem onde foi impressa - tempos de guerra, em Portugal.



Apenas um código (indecifrável ???) no canto inferior esquerdo da contra-capa:





domingo, 19 de fevereiro de 2012

Ana Plácido

Artigo da Revista ABC, 1922.
Carta de Ana Plácido (1832 – 1895) ao filho mais novo, Nuno Plácido Castelo Branco, nascido em 15 de Setembro de 1864 em S. Miguel de Seide.
O Jorge referido na carta será o irmão do meio de Nuno. Manuel, o irmão mais velho era oficialmente filho do primeiro marido de Ana Plácido, de quem herdou a casa De S. Miguel de Seide. A Aninhas é a segunda esposa de Nuno e a “menina Flora” a filha mais velha dos dois.
Este Nuno era com certeza a grande preocupação da atribulada vida de Ana Plácido; estroina inveterado, teve um primeiro casamento arranjado por Camilo, um casamento cheio de problemas com Maria Isabel que morre em 1884. Alguns dias depois morre também a única filha desse casamento. Nuno foi ao Brasil buscar a sua parte da herança, voltou e apaixonou-se pela tal Aninhas que lhe deu a Florinha, e os meninos.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Ler o Mundo


Em 1942, a distância do solo português às bombas que caíam um pouco por todo o mundo, aliada à fome que se distribuía muito melhor, trouxe-nos uma exposição acrescida à difusão de discursos politizados e interessados disfarçados de exposições claras ou francos relatos. Por essa altura nem se pensava em televisão e a rádio em português tinha a mesma idade do conflito. Os aparelhos de telefonia eram caros e raros, a imprensa escrita corria de forma contida só em meio urbano, e saber ler era quase tudo quanto suficiente para se escapar ao patamar de “ignorante”. Nessas circunstâncias a comunicação panfletária, no sentido de baseada em panfletos, foi rainha – o sentido pejorativo veio em consequência.
Quem em 1942 quisesse fazer a história da guerra que começara em 1938 e que só viria a acabar em 1945, teria com certeza feito uma torpe história. Da mesma forma, quem em 2012 queira fazer a história da crise da economia deflagrada em 2008 e que não se sabe quando terminará, fará de certeza uma história torpe.
            O que tenho tentado fazer com estes últimos postais, centrados em documentos da segunda guerra mundial, é mostrar como precisamos de ter o sentido crítico sempre pronto. Então, como agora, a insídia mistura-se com a informação e má-fé com a simples defesa de convicções.
            Não vou entregar o meu blogue a este tema. Criei uma nova página intitulada 2.ª Guerra, onde postarei imagens e documentos originais da época. Por agora fico por aqui.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Neutralidade, a gosto!

Vida Social
O mundo do Trabalho - Documentação e Crítica
N.º 1
Agosto - 1942
Composto e Impresso - Oficinas Estevão de Carvalho - Rua do Século, 150 - Lisboa


Transcrevo a legenda:

NA GRAVURA - A juventude alemã trabalhando num ambiente de calma e florida confiança em que foram transformados os antigos e insalubres lugares de trabalho

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Por Inglaterra

Continuo a trazer palavras, muitas palavras do tempo da segunda grande guerra, para que entendamos melhor as que agora se dizem.
Portugal, posicionado neutralmente no conflito, foi campo aberto à expressão de ambas as partes.

Por Inglaterra:

INGLATERRA
Joaquim Ferreira
8 Páginas
Separata do «Jornal de Santo Thyrso»
Ano 1942 (?)
Centro tip. Colonial - Lisboa


O drama atinge a culminância. Nunca o mundo se trespassou de tão patéticas angústias, nem mais torvas ameaças à cultura europeia rondaram sôbre as almas aflitas.
Esta guerra implica uma significação que poucos medem em seu completo alcance. Não é como as outras guerras: um acto de rapina, a bêsta do Apocalipse desenfreada através das gentes, o espírito do Mal a soprar labaredas das furnas infernais. As outras guerras foram apenas isso; mas esta vai mais longe nos seus propósitos de malvadez: - Será possível o convívio pacífico das nações num pé de igualdade jurídica? Será possível a pessoa humana gozar os seus direitos naturais? Será possível a paz da consciência na ideia de Deus? Ou teremos de substituir as concepções do Cristianismo, baseadas no respeito e no amor aos nossos semelhantes, pelo ódio racial, pelo furor da conquista, pela avidez felina na exploração dos povos oprimidos?
Há dois exércitos em luta, cada qual com a sua bandeira. Qual vencerá? Ignoramo-lo. Todavia, desde já a minha inteligência escolheu entre os dois gigantes que se esfacelam, numa raiva implacável, titânica.
Desde Afonso Henriques vemos a Inglaterra a pugnar connosco. Na tomada de Lisboa, em 1147, lutámos os dois juntos – ingleses e portugueses. O fundador da nacionalidade queria Lisboa, empório comercial de enorme estatura na Europa do séc. XII – mais de cem mil habitantes. Como conquistar aos mouros o imenso burgo, se tão reduzidos eram as suas hostes? Afonso Henriques solicitou ajuda aos cruzados, que aportaram aqui de caminho para a Palestina. Fez-se o assédio, e a cidade agarena caiu em poder dos sitiantes. Os ingleses foram dos mais activos no cerco. Iam também na vanguarda dos que transpuseram as muralhas. E tão grato lhes ficou Afonso Henriques, que o primeiro bispo cristão de Lisboa foi um inglês – Gilberto Hastings.
Decorreu o tempo. O mais sábio dos monarcas afonsinos – D. Diniz – manteve correspondência diplomática frequente com os diplomatas da Inglaterra. As comunicações de comércio eram assíduas. Os nossos navios visitavam os portos britânicos com plena segurança numa época em que a não havia. Os reis Eduardo I e o filho Eduardo II contrataram com D. Diniz auxílio mútuo. Já então a Grã-Bretanha nos distinguia com as preferências do seu poderio marítimo.
Em 20 de Outubro de 1353 o rei Eduardo III contraiu com o rei D. Afonso IV uma aliança, que duraria cinquenta anos: a Inglaterra jurava não associar-se a qualquer inimigo de Portugal, garantindo aos navegadores lusitanos nas suas águas e nos seus portos tratamento igual ao dos próprios ingleses.
Surgiram as desgraçadas questões do rei D. Fernando com Henrique de Trastámara, rei de Castela. O monarca português não primava pela firmeza de carácter nem de coragem. Mas praticou alguns dos actos de profunda sensatez politica. Assim, aproveitando-se das amistosas e leais relações de Inglaterra com Portugal, enviou ali o conde Andeiro (mais tarde assassinado pelo Mestre de Aviz), a solicitar o concurso das suas tropas contra o rei castelhano. Celebrou-se um tratado em 13 de Outubro de 1373. em consequência, os soldados ingleses sob as ordens do conde de Cambridge acorreram a bater-se em nossa defesa com as hordas de Castela.
Morreu D. Fernando. Desencadearam-se sobre Portugal os tormentos da guerra, nos quais íamos perdendo a liberdade política. O rei de Castela não desistia de absorver Portugal. D. Fernando, talvez pela nefasta influência da rainha D. Leonor Teles, consorciou a filha única D. Beatriz com D. João I de Castela, estipulando cláusulas nupciais que alienavam praticamente o país ao estrangeiro. Aberta a sucessão ao trono, exigiu D. João I de Castela a entrega de Portugal, conforme o estatuído no contrato de casamento. O Mestre de Aviz e o povo, animados pelo excelso heroísmo de Nun’Alvares, opuseram tenaz resistência ao invasor.
Não poderia o Mestre de Aviz olvidar a Inglaterra nestas pugnas de morte. Partiram para a nação exemplarmente amiga alguns embaixadores. Era então Ricardo II o rei britânico. Logo ele anuiu às suplicas do Mestre de Aviz, e embarcaram para aqui numerosos soldados de infantaria – a melhor do mundo! Não houve na Idade-Média mais valentes archeiros do que eram os ingleses. Eles bateram-se como leões na batalha de Aljubarrota, lado a lado com Nun’Alvares, nessa rude batalha que vinculou definitivamente a independência de Portugal. A Inglaterra colaborara na conquista de Lisboa, e assegurava agora a vida nacional.
O rei D. João I conhecia de perto os ingleses. À sua subtil razão de estadista não poderiam escapar as sumas vantagens de firmar aliança defensiva com tão enérgico e progressivo país. Depois de várias diligências, Ricardo II de Inglaterra e D. João I de Portugal assinaram um pacto perpétuo de amizade e ajuda recíproca. Foi em Windsor, no dia 9 de Maio de 1386. este pacto dura ainda. Devemos manter viva a lembrança de Lourenço Fogaça, chanceler do rei D. João I, porque foi ele o seu principal negociador.
Dispõe a cláusula I: «Haverá entre os mesmos Reis e seus herdeiros e sucessores, e vassalos de ambos, uma liga, amizade e confederação geral e perpétua… de maneira que um será obrigado a prestar auxílio e socorro ao outro contra todos os que tentarem destruir o Estado do outro». Dispõe a cláusula III: «Por nenhum modo nem em caso algum será permitido aos ditos Reis, e a nenhum dos seus vassalos de qualquer estado ou condição… conselhos, socorro ou auxílio nas suas terras e domínios à Nação que tiver sido inimigo da outra».
D. João I foi mais longe na sua aliança com a Grã-Bretanha: casou-se com a filha do Duque de Lencastre. Quanto deve Portugal a esta ilustre senhora – D. Filipa de Lencastre! O sangue inglês nas veias do rei D. Duarte, do infante D. Henrique, do regente D. Pedro… O rei filósofo, o infante descobridor, o regente letrado, - a «ínclita geração de altos infantes» gabada nos Lusíadas, a ais insigne geração de príncipes que floriu no mundo hispânico, - foi da Inglaterra que nos veio no sangue castiço de D. Filipa de Lencastre. Teríamos tido o infante D. Henrique com os seus anseios de aventuras náuticas sem a ancestralidade inglesa? A educação, a índole, a alma dos filhos de D. João I – que prepararam e tornaram possíveis as nossas empresas marítimas – é obra duma aristocrata que veio das ilhas inglesas insuflar um espírito novo nos príncipes da Lusitânia.
 A epopeia dos descobrimentos culminou na viagem de Gama a Calecute e de Cabral ao Brasil, nas façanhas de Afonso de Albuquerque, nos tesouros incomensuráveis da Casa da Índia. Éramos grandes. Éramos temidos. Nos mares do Oriente não circulavam navios sem o salvo-conduto dos nossos almirantes. Contudo, o rei D. Manuel não se afastou da tradição monárquica estabelecida pelos seus avoengos: confirmou o tratado de Windsor em novo acordo com Henrique VIII, em 12 de Maio de 1499.
D. Manuel herdava de D. João II um ceptro riquíssimo e feliz. Isso não impediu o inteligente soberano de revigorar com a sua assinatura um pacto já velho mas ainda e sempre útil.
Eis-nos em plena Reforma. Da Alemanha sopravam rajadas de revolta. A Europa estremecia nas insânias do crime… É que Lutero rebelara-se contra a Igreja, e das suas prédicas nasceram escombros, borbulhou o sangue, espraiou-se no Ocidente a cólera homicida. Portugal permaneceu fiel ao catolicismo. A Inglaterra aderiu à seita luterana. Porém, a aliança entre os dois países não esfriou. Tão lúcida era a visão política dos antigos reis!
Alcácer-Kibir… o de-profundis de 1850, causado pela megalomania cavalheiresca de D. Sebastião. O rei de Espanha ia cevar a aspiração dos seus ancestros – aspiração que dormitava nos escaninhos de todos os governantes espanhóis – de se apoderar de Portugal. Vários pretendentes disputavam o trono vago pela morte do cardial-infante D. Henrique. Pois bem! A rainha Isabel de Inglaterra colocou-se resolutamente em nossa defesa contra o temível poder de Espanha, então no auge do seu domínio. Apoiou primeiro a duqueza de Bragança – D. Catarina; apoiou depois o Prior do Crato, em cujo auxílio armou uma esquadra capitaniada pelo mais famoso dos seus almirantes – Drake. O Prior do Crato perdeu a partida. Após a derrota de Alcântara, tentou a expedição aos Açores; e, já nos extremos da penúria, acolheu-se a Londres, sob a protecção quási carinhosa da genial rainha inglesa.
A Espanha roubara-nos a independência. Esta ignomínia só acabou em 1640. os factos são bem conhecidos de todos. Portugal levantou-se em armas para expulsar o déspota espanhol, um dos mais potentes no século XVII. A quem pedir arrimo nesta grave crise? D. João IV era astuto, os seus conselheiros tinham argúcia: dirigiu-se o monarca restaurador à Inglaterra. D. João IV e Carlos I (o Stuart) celebraram um tratado que não só confirmava mas completava o feito em Windsor em 1383. E Cromwell revalidou-o logo a seguir
Transportaram-se para aqui soldados das ilhas britânicas, que por nós combateram as tropas espanholas; os seus magníficos navios agiram nos mares a nosso favor. E a paz com Espanha fez-se pela pressão da Inglaterra em Madrid, intervindo nas negociações e assinando por nós o Conde de Sandwich, embaixador inglês.
Na primeira crise da independência nacional, deu a Inglaterra a sua força ao Mestre de aviz; nesta segunda crise, negoceou connosco, o seu rei escolheu noiva entre nós, e os seus diplomatas quási impuseram ao nosso ferino adversário paz.
Terceira Crise: Napoleão. Passou como arcanjo de Belona este génio sinistro. Os seus arrojos de Hércules semearam a ruína, as lágrimas, desespero, a destruição e a morte. Ele foi o maior general que os séculos já viram, a mais estupenda capacidade bélica de que fala a história.
Napoleão é senhor absoluto da Europa. Os reis temem-no; a sua espada fere mortalmente os povos que lhe resistem; os exércitos franceses derrotam os italianos, os austríacos, os russos, os alemãis… Carlos IV de Espanha, acirrado pelo seu favorito Godoy, combina com o imperador Bonaparte a invasão de Portugal; e 55000 soldados espanhóis entram por Badajoz. Incapazes de nos defendermos, a paz foi-nos imposta por Godoy conluiado com Bonaparte: deveríamos fechar os nossos portos à Inglaterra. Foi isto em 1801.
A Inglaterra não costuma flectir-se nos piores desastres. A sua vontade não conhece o terror nem o desânimo. Pitt governa. Pitt simboliza neste momento todas as virtudes características da sua bela raça: a pertinácia, a visão certeira, o instinto administrativo, o querer vitorioso. A luta com Napoleão prossegue inexorável; e Nelson destroça a esquadra napoleónica em Trafalgar…  D. João VI recusa cumprir a promessa arrancada pela violência: cerrar os nossos portos às naves inglesas. Napoleão ameaça-nos. As suas tropas desbaratam todos os inimigos, e acabam por entrar triunfalmente em Berlim. Mas D. João IV desobedece ao vencedor da Europa, que em 21 de Novembro de 1806 decretara o bloqueio de Inglaterra, permitindo que os britânicos se sirvam livremente dos nossos portos. Napoleão manda-nos invadir, por um dos seus mais hábeis capitãis – Junot. O rei de Portugal, para evitar a humilhação de ser feito prisioneiro, foge com toda a corte para o Brasil, escoltados os navios que o conduziam por navios de guerra ingleses. É a batalha definitiva entre a Inglaterra e o seu implacável adversário – Napoleão – a que se inicia em nosso território. Artur Wellesley trouxe das ilhas britânicas um exército  de 14000 soldados. Portugueses e ingleses batem-se ombro a ombro contra o invasor, como já acontecera em Aljubarrota e na Restauração. Os invencíveis marechais de Napoleão recuam através da Península. E Wellington leva-os batidos até Toulouse (1814). Era a vitória de Inglaterra, a vitória que a sua tenacidade inquebrantável acaba sempre por arrancar às piores catástrofes.
Estamos em 1898. Guilherme II da Alemanha, insaciável, exige territórios no Ultramar. É a Portugal que pretende agora extorqui-los. Propõe a Lord Salisbury um empréstimo anglo-germânico sob hipoteca de Angola e Moçambique; e perante a negativa categórica do nosso país, procura convencer os estadistas de Londres a juntarem-se a juntarem-se a Inglaterra e a Alemanha numa demonstração naval no Tejo…Valeu-nos a viva amizade do rei D. Carlos com o Príncipe de Gales, o futuro Eduardo VII. A Inglaterra, para expressar de modo inequívoco a sua lealdade connosco, firma o acordo de 14 de Outubro de 1899, que restaura na sua integra o tratado de Windsor e os posteriores.
A desolada decepção de Berlim… «Era uma garantia para Portugal e sobretudo um incitamento para este país não onerar as suas colónias» - escreveu o chanceler alemão Príncipe de Bulow. Outra vez a aliança com a Inglaterra nos serviria de escudo contra as arremetidas dos vampiros.
O Sr. Dr. Oliveira Salazar, além doutras coisas boas, tem sabido manter intacto este inestimável património da história nacional… Os vindouros lhe agradecerão a benemerência política de enfileirar com os reis D. Fernando, D, João I, D. João II, D. Manuel I, D. João III, D. João IV, D. Pedro II, D. João VI, D. Carlos e D. Manuel II, que mais eficientemente estreitaram com os nossos aliados ingleses os laços que o tempo não quebrou.
Há quatrocentos anos que disfruta a Inglaterra uma situação de incomparável prestígio no mundo. Deve-se ao seu génio administrativo. Outros impérios se formaram depois e se desmoronaram em esquírolas, enquanto a Inglaterra continua impertèrritamente a sua obra colonizadora. A Austrália, o Canadá, a Nova Zelândia, a África do Sul, a Índia, em todas as latitudes e em ambos os hemisférios o pavilhão inglês ondula soberano sobre milhões de quilómetros quadrados, vivendo e prosperando à sua gloriosa sombra povos de todas as raças com os costumes mais diversos e as religiões mais opostas. Nenhuma nação apresenta melhores serviços à difusão da cultura europeia!
A derrota de Inglaterra seria um golpe mortal na civilização do Ocidente.
De coração trémulo, aterrado, eu rezo humildemente a prece que todos os patriotas deveriam rezar:
- Deus salve a Inglaterra!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

A Vitória da Europa

Estamos em guerra. As guerras são assim, enchem tudo com palavras, muitas palavras. As palavras, é sabido, criam realidade. Com as guerras, o que se pretende são sempre novas realidades; então, são lançadas palavras, muitas palavras, e quem as profira, pois.
As palavras puxam palavras, e puxam actos e ódios e sentimentos.
Pensamos com palavras, mas os sentimentos estão antes das palavras. Por isso saem sempre mal tratados quando abusamos delas, das palavras, e deles, dos sentimentos.


(A Turquia nunca esteve no mapa europeu da Alemanha. A Inglaterra também não)
A Vitória da Europa
24 Páginas
Veritas – Verlag G. m. b. H. – Berlim.
1942 ?







... / ...

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Maçonaria à baila

Paz Democrática
Autores: Távora e Quadros & Sérgio Lima
Ano 1941
36 Páginas

É um opúsculo de propaganda a favor das razões alemãs. De autores portugueses, centra na “maçonaria internacional judaica” a origem dos problemas na Europa que justificariam o conflito,
Deixo a capa,  as páginas 3,  5 e última.

... / ...


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Com a verdade...

Com a verdade me enganas.

Os Serviços de Informação da Legação da Alemanha em Lisboa assumem a “Propaganda”, só que não são eles que falam, é o Papa!

Vale tudo

Vamos continuar com propaganda?
Da mesma “gaveta” donde tirei os documentos que trouxe nos dois postais anteriores, tirei também este que trago agora. Uma carta do Marquês de Pombal!
Confesso que ainda pensei que fosse o 8º Marquês de Pombal, já que o título tem sido transmitido até a actualidade, mas pelos vistos não!
Tudo me leva a crer que se refere ao próprio Sebastião José de Carvalho e Melo, ministro do Rei D. José e eminente figura do nosso Século XVIII. A referência que faz a Cromwell como Protector da República inglesa (1.ª metade do século XVII) e a si próprio como Ministro Protector de Portugal, não deixam dúvidas. Acresce que Sebastião José representou Portugal em Londres entre 1738 e 1749.
O que é estranho é o contexto em que esta carta é difundida. O documento, que digitalizei na integra, não estando datado nem possuindo qualquer identificação de quem o produz ou publica, chega até mim como legado de um familiar próximo, entre outros com o mesmo aspecto e impressos em papel idêntico, alguns datados de 1941 e 1942 e identificados como provenientes do “Serviço de Informação da Legação da Alemanha - Lisboa”. Para incutir uma má impressão sobre Inglaterra valia tudo, inclusivamente lembrar pecados velhos.
Já agora, a ter existido essa carta e sendo verdade o que lá se diz (não posso esquecer que estou a mexer em propaganda), será bom atendermos ao parágrafo que contornei com marcador: - Não faz lembrar nada?


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Propaganda

Há muito tempo que somos bombardeados com propaganda.
Devemos ter o cuidado de pôr esses “papéis” que nos passam “para as mãos” no seu devido lugar.
Ando a descolar papel que serviu para forrar gavetas.
Hoje trago um da gaveta de 1941/42

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Os nossos dias

O que se diz é uma coisa, o que se lê é outra, o que se passa é outra ainda, o que se aprende com a história é nada e se se aprendesse de pouco serviria.
A Humanidade já teve voos comerciais supersónicos e muitas outras coisas que tão cedo não voltará a ter, e já passou por desastres que poderá ver repetidos.
Abaixo, junto um exemplo de uma besta que pede a bênção de Deus. Também podia ter juntado um exemplo de quem O nega sem ninguém lhe perguntar nada.
O que é realmente importante qualquer um sabe, às portas da morte, para si, pelo menos.

Vivam.




terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

KODAK

Anúncios da KODAK
1922
O conceito de “máquina fotográfica” terá aparecido mais tarde. Em 1922 a marca promove os seus produtos no masculino – Um Kodak.