sexta-feira, 17 de abril de 2015

O LOBO E A POEIRA

Para o Sr. António Costa de Lisboa



            O lobo queria roubar um cordeirinho e seguia a direcção contrária ao vento, para que a poeira levantada pelo rebanho o escondesse.
            O cão de guarda porém, avistou-o e disse-lhe:
            -É escusado esconderes-te com a poeira, amigo lobo. Assim arranjarás alguma doença de olhos.
            O lobo respondeu-lhe:
            - Essa é que é a minha desgraça, meu cãozinho; há muito tempo que sofro dos olhos e disseram-me que o pó levantado pelos rebanhos é um bom remédio para a vista.



          (Dedico esta fábula de Tolstói ao Sr. António Costa e a todos os que sofrem com a poeira dos rebanhos)

2 comentários:

  1. Olá, Zé Maria!

    Há uns dias afastada da blogosfera, por motivos que não vêm ao caso, apeteceu-me hoje revisitar os blogues que, por um motivo ou por outro, foram ficando por visitar. Em alguns li e passei sem deixar rasto, mas, aqui, tenho de te fazer saber do meu contentamento por notar que andas a publicar com mais frequência e me movimento aqui, com uma leveza nunca antes sentida!
    Está muito diferente o acesso e passagem dos posters uns para os outros. para além de te sentir mais entusiasmado com este teu agradável espaço.
    Preliminares concluídos, deixa que te diga o quanto me divertiu a tua imagem de perfil!! O nome "ascensorista" está muito bem aplicado, pois, se nos fazes andar para cima e para baixo...
    Quanto à fábula que dedicas ao ex-autarca de Lisboa, assino por baixo!

    Desejo que esteja tudo bem contigo e com os teus, quando recomeçar as minhas andanças 'oficiais' cá pelo bairro, retomaremos o contacto.

    Um beijinho!

    Janita

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    1. Olá Janita.
      Obrigado pela visita.
      O ano passado foi um daqueles em que se dá um passo ao lado para seguir em frente. Arranjei um problema de saúde, nada de grave mas, claudicava, não que o chão me saísse dos pés mas a cabeça acusou a alteração dos costumes. Enquanto convalescia – hoje estou óptimo – tive a oportunidade de rever esta coisa toda e repensar isto tudo, a modos que estou quase no ponto de partida. Devo ter evoluído qualquer coisa, diz-se que estamos sempre a aprender, quem sou eu para contrariar o que se diz? Como vês estou quase a blogar como antigamente. Em todo o caso esperamos sempre melhorar, não é?
      Gostei desse conceito de “bairro”. As pessoas que blogam regularmente pertencem a um espaço próprio – um bairro, chique por certo, na alta, e com boas vistas sobre a cidade, o campo, o rio, os oceanos, o tempo e os estados de espírito.
      É uma boa visão esse teu prédio, de janelas rasgadas e com uma grande portaria, sempre cheio de gente. Não admira que o teu estendal (de selos) se espraie até aos prédios da vizinhança 
      Um beijo. Volta sempre

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