quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Besouros, e coisas assim


           Ontem, enquanto via as imagens do que se passava em frente do parlamento, até a mim me doeu! Uma linha de polícias fazia barreira nas escadas, evitando que uma turba as subisse, enquanto aguentava os impactos de pedras da calçada e todo o tipo de objectos arremessáveis que iam pejando os degraus a seus pés. Lembrei-me do efeito que tem o impacto de um pequeno besouro na viseira de um capacete. Quando se passeia de mota, mesmo a velocidades baixas como sejam uns cinquenta ou sessenta à hora, qualquer choque de um pequeno “voador”, no capacete ou na viseira, provoca um estalo assustador; isto quando estamos com sorte, porque se o impacto se dá no rosto ou no pescoço, até se vê estrelas!
          Hoje, no fim da intervenção que o presidente da república fez na conferência da COTEC, “Mar de Negócios”, foi abordado por uma quantidade de jornalistas, todos na ânsia de o fazer falar, ligados às redacções por fios e feixes de ondas, sem capacete, sem tempo e sem uma data de coisas, boa parte deles, que se as tivessem até seriam bons jornalistas, o bom senso por ex.
          Por um momento, veio-me à ideia a cena de Caco Silva num aperto de campanha eleitoral, empunhando o microfone que um jornalista lhe havia franqueado, esgueirando-se por baixo das mesas de um café e a relatar o que fazia, na terceira pessoa. Por outro momento, tive a esperança de que quando lhe perguntaram se não achava que a polícia tinha agido (ontem em S. Bento) com excesso de força, ele retorquisse:
          - A senhora nunca andou de mota?

          Estou confiante que isto vai melhorar, mas tenho a certeza que para que isso aconteça, será preciso que um certo discurso, de uma certa esquerda, parvo, libertinário, desconexo, etc., seja deixado de vez. Quando os escaravelhos forem tratados como escaravelhos, as pedras como pedras e as pessoas como pessoas, isto vai melhorar.

2 comentários:

  1. Já não alimento esperança alguma em relação a isto tudo. Pessimista? Eu? Talvez!
    Aquele abraço

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    1. É bem provável que antes de melhorar ainda piore um bocado :(
      Abraço.

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